Recentemente ouvi o boo burman a descrever o processo que aconteceu para chegarmos ao paradigma atual, onde o recurso mais valioso é a atenção humana. Estimulou-me acrescentar alguns pontos de como interagimos com a mesma.
Inicialmente a forma de crescimento económico era representado pela colonização de territórios que julgávamos ser inabitados e desta forma poderíamos utilizar os seus recursos para o nosso desenvolvimento. Contudo fomos confrontados com a presença de outros seres humanos, com os nossos avanços tecnológicos e algumas doenças nativas à Europa conseguimos tornar as culturas que lá floresciam em lendas. Atualmente este tipo de expansão ainda se pode observar, a violência foi mascarada por trocas comerciais, apoios humanitários e cruzadas de direitos humanos.
Enquanto isto acontece e como a primeira iniciativa conseguiu proporcionar-nos um estilo de vida confortável, começamos a ter tempo para estar aborrecidos. Sentimo-nos desconectados do dia-a-dia, fazemos tarefas com pouca tangibilidade e raramente observamos o efeito real do que fazemos. Isto porque queremos aquele doce veneno o “Dinheiro” “Dinero” “Money” e podes ter certeza que alguma empresa o quer tirar de ti! Para os teus momentos de aborrecimento, engenheiros fantásticos criaram plataformas onde podes partilhar o que fazes e ver o que os outros fazem. É como estar com os teus amigos, mas através dum ecrã e na verdade estás sozinho e ansioso com o que se passa à tua volta. Entras nestas plataformas sem te questionares “Qual o motivo de eu não ter de pagar?”. A pessoa comum não pensa nos encargos físicos que é preciso para teres uma app a funcionar no teu télélé, são os ditos servidores, isto sem falar dos trabalhadores que fazem a manutenção dos servidores, dos engenheiros que desenvolvem novas funcionalidades (se as apps só enviassem mensagens cansava rápido) e todos os restantes recursos humanos necessários para manter isto a funcionar.
É cliché, mas a realidade é: se tu não pagas para usar estas plataformas tu és o produto, ou melhor, a tua atenção, para ser mesmo preciso é quando estás a ver um anúncio. É aqui que reside a atual colonização que o Boo descrevia, é importante salientar que no mundo ocidental o modelo económico está baseado num constante crescimento, mais produtos, mais clientes, mais inovações, mais vendas, mais lucros. O mesmo aplica-se aos revendedores da tua atenção, o que os obriga a tentar ficar com mais um minuto do teu dia.
É certo que estas plataformas não te dizem: “Anda vem ver uns anúncios!” iludem-te com promessas de conteúdo que consideras útil, pelas relações que manténs com os teus amigos e pelas possíveis relações que podes vir criar. Para que fique claro eu não sou melhor, sou só mais um a chafurdar no “content”. O que é mais assustador não é termos uma entidade a tentar aproveitar-se de nós, isso é o mais comum, o preocupante é como esta mentalidade proliferou para o nosso dia-a-dia. Temos agentes das atualizações e juízes de opiniões, obrigam-te a estares atualizado e a teres um opinão definida para todos os acontecimentos e reza para que opinião esteja em conformidade com a deles.
Depois de descrever o paradigma, o meu estilo leva-me sempre a apresentar como se fosse o fim do mundo, na verdade tu consegues fazer uso fruto da tua presença online requer é uma “meta-atenção” onde estás consciente da tua própria atenção. A atenção não tem efeito negativo, o exemplo clássico não penses na galinha verde do noddy (estou farto do exemplo do elefante cor de rosa), a melhor abordagem é mesmo criares a tua bolha e podes decorá-la com o que verdadeiramente te interessa. Isto é uma apelo para não seres levado de arrasto pela corrente do algoritmo, consome mas é selectivo e tem sempre em consciência que a informação que absorves vai definir como vês o mundo.
Se chegaste até aqui obrigado pela tua atenção!